Neste Dia Internacional da Mulher Rural, celebramos a história inspiradora de Maria do Carmo Ferreira, uma produtora rural de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, que, com muita determinação e o apoio técnico do Senar Rondônia, transformou um sonho em uma realidade próspera.
Tudo começou com um pequeno projeto, quando Maria e seu então esposo, Antônio Vieira Barbosa, decidiram plantar 20 mudas de cacau na Chácara Esperança. Foi um começo humilde, mas cheio de esperança e expectativas. A virada aconteceu quando a assistente técnica do Senar, Mirian Gusmão, apresentou o projeto de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) para a cultura do cacau. Maria, visionária, foi a primeira produtora a se cadastrar no projeto ATeG Cacauicultura em seu município.
Com o suporte técnico da equipe do Senar Rondônia, ela recebeu orientação para produzir suas próprias mudas de cacau e realizar os manejos necessários para expandir sua lavoura. Em pouco tempo, a Chácara Esperança se transformou em uma propriedade totalmente dedicada ao cultivo de cacau, contando atualmente com cerca de duas mil plantas.
Durante os dois primeiros anos de acompanhamento, sob a orientação de Mirian Gusmão, Maria do Carmo se dedicou a implementar as melhores práticas de manejo e a expandir suas áreas de plantio. Para custear a formação da nova lavoura, ela consorciou a cultura do cacau com a banana, garantindo uma fonte de renda mensal estável para a propriedade.
Após esse período inicial, André Gusmão de Jesus, técnico de campo do Senar, assumiu o trabalho na propriedade. Com o apoio técnico, ela começou a focar na qualidade das amêndoas de cacau, construindo uma estufa e um sistema de fermentação para melhorar seu produto. Logo nos primeiros lotes, sua dedicação e os conhecimentos adquiridos deram frutos: Maria do Carmo foi campeã do 2º CONCACAU, o Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Cacau de Rondônia.
O reconhecimento no concurso trouxe não apenas visibilidade, mas também oportunidades de mercado. Com o prêmio, ela reinvestiu na lavoura, implementando um sistema de irrigação para aumentar a produtividade. Em pouco tempo, sua renda bruta dobrou, e a qualidade de suas amêndoas chamou a atenção de chocolateiros de outras regiões do Brasil, que agora procuram a Dona Maria para produção de cacau fino.
Além do cacau de alta qualidade, Maria do Carmo expandiu suas atividades para a produção de nibs de cacau caramelizado, comercializado a cerca de R$ 140 por quilo, e a extração do mel de cacau, vendido por aproximadamente R$ 20 o litro.
O que começou como um simples desejo de garantir uma boa educação para os netos com a renda do cacau transformou-se em uma história de sucesso no agronegócio. Hoje, Maria do Carmo Ferreira é reconhecida como uma das principais produtoras de cacau fino de Rondônia, e seu trabalho continua a inspirar outras mulheres rurais que, como ela, sonham grande e lutam por um futuro melhor.
Com o apoio constante do Senar Rondônia, Dona Maria provou que, com dedicação, técnica e muito amor pelo que se faz, é possível transformar sonhos em conquistas e ocupar um lugar de destaque no agronegócio brasileiro. Neste Dia Internacional da Mulher Rural, celebramos sua jornada e de tantas outras mulheres que, como ela, fazem a diferença no campo e na vida de suas comunidades.